22.4.13

Você aqui





Seu beijo ácido e quente me despertou. Seus olhos, janelas estreladas para o infinito, me prenderam em um turbilhão descompassado, fazendo meu coração dançar ao ritmo de tambores tribais. Seus dedos desenham espirais em minha pele, onde me perco.

Minha mente viaja entre linhas paralelas e o doce som da sua voz me faz estremecer. Já não distinguo a passagem do tempo quando estou longe de você, apenas teu toque tem o poder de me trazer de volta.

Ah teu toque... Uma mistura de sensações, que me faz ir do delírio à inconsciência tântrica em questão de segundos. Meu corpo para de me pertencer e minha cabeça gira, teu cheiro grudado em mim traz calor ao meu peito miúdo e minha pele muda de forma ao deslizar de suas mãos calejadas. Mãos que tem moldado minha vida.

Seu calor me dá vertigens, seu abraço é como um casulo, e nele me perco e demoro à me achar. Sua boca úmida percorre meu pescoço e meus braços correm à tua procura. Sinto que poesias, canções e débeis sussurros não são tão eficientes, as palavras se engasgam e não consigo me expressar bem, me desculpe, mas espero que os gestos lhe sejam suficientes.

Toda vez que te vejo, sinto a maré em mim subir e as ondas se agitarem, porém a calma que me proporciona não condiz com tal cenário. A confusão dentro da minha cabeça é tão grande que este texto está fora de nexo, mas quero que saiba que meu lugar é junto ao teu peito. O único lugar onde me sinto segura, o local onde pertenço.

 Aqui dentro já não está chovendo mais.



~T.