22.9.13

Relacionamentos

 



  Coisinhas cruéis que de nada servem, minto, servem para te fazer se sentir bem no começo e depois quebram suas pernas e te fazem sentir esgotado, ferido, um lixo e te tiram todas as esperanças e fé em qualquer coisa no mundo. Você perde a vontade de fazer as coisas que gosta, esquece quem é, se rebaixa e se deprime e tudo isso para quê?
  Daí como se não bastasse depois de um tempo sozinho, assim que se supera a fase do "não quero saber de ninguém" e a "não vou me prender, vou ficar com todo mundo", você começa a se sentir sozinho, carente e até vazio, então esquece a dor de cabeça que é dividir sua vida com outra pessoa e cai na burrada de se relacionar novamente. Seres humanos... Somos burros e gostamos de sofrer, essa é a verdade! Mas no fim das contas, até que é um sofrer bom, dependendo do ângulo e do seu nível de masoquismo... Estou aqui reclamando, mas a verdade é que eu sou viciada nessa dor, não gosto de ficar só.
  É... Life sucks!



~T.

21.9.13

Abrir e fechar de olhos

 





  Ao soar do décimo segundo badalar a maldição foi quebrada.
  A pira em seu peito se acendeu, seus olhos se abriram e sua prisão de cristal se partiu em dez mil estilhaços brilhantes. Se sentiu viva. No alto da torre que marca as horas, podia-se perceber uma inquietação, um vulto que desaparecia na forma de fumaça negra, deixando para trás uma rosa vermelha e um verso que se perdeu com o sussurrar do vento de velhos lamentos e desejos não realizados.

  Passos secos partiram a grama amarelada, gritos distantes, depois o silêncio e mais nada. O chão se abriu abaixo de si e tudo o que pôde perceber foi a sensação de cair no vazio fazendo pressão em seu estômago.   Lembrou como era sentir medo e rezou para algum deus antigo pela salvação.

  Ao longe uma ave acorrentada despontou resgatando-a da queda livre, a ave a levou para bem longe de toda a dor e todo o sofrimento. Sentiu-se segura e agradecida, então fechou seus olhos e sorriu. Este foi seu erro, pois não percebeu quando voltou a ficar presa em uma redoma de cristal. Fora pega pela maldição mais uma vez.



~T.

4.7.13

Delírios diurnos






 Uma fina neblina pairava sobre o lago. Fazia muito frio naquela manhã, tanto que o céu estava coberto por densas nuvens e as águas sempre escuras pareciam petróleo, mal dava para ver seu reflexo borrado e a luz parecia ser tragada por aquela imensidão escura. Os pés descalços tocavam a madeira fria do deck, e os braços largados junto ao seu corpo esguio reclamavam  da brisa gelada que lambia sua pele.

 Ela mantinha seus olhos fixos nas pequenas ondas que oscilavam a água, mas sem realmente enxergá-las, seus olhos estavam vazios e sua mente rodeava em antigas lembranças, seu coração estava tão machucado que a dor parecia tê-lo amortecido, é como se ela possuísse um buraco negro no peito, ela mal podia senti-lo, mas ele estava lá junto da dor amortecida, porém presente.

 Havia um nó tão grande em sua garganta que ela pensou que nunca mais conseguiria falar, que se tentasse não sairia som, mas por que iria querer dizer alguma coisa, se suas palavras não podiam ser ouvidas por ninguém? Se elas não poderiam ser ouvidas por quem realmente importava?

 Se aproximou um pouco mais da beirada, sentia uma força estranha a chamando para baixo, uma voz muda que sedutoramente a incitava a se deixar cair."Por que não?" pensou com um sorriso triste quase imperceptível. Seus olhos arderam e ficaram vermelhos, começou a chorar e a soluçar baixinho. Seu lindo rosto se contorceu em uma careta de dor e em sua cabeça uma frase martelava insistente "Eu quero morrer! Eu quero morrer! Eu quero morrer..." assim como a imagem daquele que ela amava, assombrando seus pensamentos e fazendo-na revirar na cama de noite.

 Apertou as unhas nas palmas das mãos até os nós dos dedos ficarem brancos, fechou os olhos com força e sua respiração parou. Os sons ao seu redor foram substituídos por um zumbido e largou o corpo. O mundo rodou mais de vagar e só o que ela pôde sentir, foi o lago a engolir quando se deixou cair; assim que atingiu a água tudo voltou, e a baixa temperatura a pegou desprevenida, sentiu a carne doer, era como ter milhares de agulhas flagelando seu corpo ao mesmo tempo.

 Ficou parada, apenas esperando a morte chegar ao seu encontro, soltou as bolhas e instantaneamente sentiu o ar faltar aos pulmões, mas nada fez. Ela sabia nadar, mas não quis se mover, apenas queria que tudo acabasse logo. Abriu os olhos, mas não conseguia ver nada, apenas sentia os cabelos balançando e tocando seu rosto. "Venha escuridão e me trague, leve-me para outro lugar, onde eu possa não mais existir, onde eu possa esquecer". Sentiu-se cair para a inconsciência, deslizando aos poucos e sorriu fechando novamente os olhos.

 Os abriu de verdade emergindo de um pequeno delírio diurno que tivera. Estava sentada na bancada da janela, e lá fora o sol brilhava com toda a intensidade de que dispunha e seu rosto tornou-se ainda mais triste. Lembrou-se dele e os olhos ficaram úmidos com a vontade de tocá-lo novamente, então sussurrou com a voz rouca de quem ficou muito tempo sem falar:

-Eu só queria que esse pesadelo tivesse fim...



~T.

22.6.13

Insignificância






 Pegou o relógio para ver as horas, mas se esqueceu de realmente olhá-las. Caminhou com as mãos nos bolsos e parte do rosto escondido pelo cachecol, fazia muito frio e o ar gelado feria sua face. Parou por uns instantes em frente a vitrine de uma loja fechada só para analisar seu reflexo, como podia existir tanta tristeza em um só olhar?

 "Você já olhou para cima e se deparou com um céu sem estrelas, e se sentiu tão vazio e insignificante ao ponto de sentir aquela escuridão acima de sua cabeça te tragar e consumir por completo, até não sobrar mais nada? Nem dor, nem sofrimento, nem angústias, mágoas ou corações partidos, somente o nada absoluto e o vazio que o acompanha?" - pensou.

 Continuou sua caminhada para casa passando em frente a um parque, sentiu que aquelas árvores altas e desfolhadas lhe seguiam com olhos invisíveis e tenebrosos, apertou o passo, mas não sentia realmente medo, era apenas o desespero apertando seu peito fazendo o ar lhe faltar.

 Quanto tempo já havia passado? Quanto mais teria que sentir aquilo? Não soube responder, só queria voltar para casa e tomar uma xícara de chá quente, enquanto ainda tinha vontade de algo. Chegou em casa, abriu o registro da banheira, olhou pela janela e observou as luzes das casas se apagarem uma a uma. "Será mais uma longa noite solitária...".



~T.

21.6.13

Tarde demais





 Ele não sabia onde havia errado, e isso o deixava maluco, acreditava que tinha feito tudo certo, mas como deu errado se culpou.

Ela entrou em desespero, se sentiu idiota por ter sido tão cega todo esse tempo, como não havia percebido todos os erros que cometera?

 Ele foi embora chorando, acreditando que tudo estava perdido.

 Ela se deixou cair no chão e cravou as unhas nos braços, acreditava que aquela dor era merecida.

 Ele se jogou na solidão do seu quarto e quis que as trevas o engolissem, pois o vazio que ela deixou o consumia e torturava, e as lembranças felizes eram demais para ele. Sentiu o ar lhe faltar e os olhos arderem.

 Ela se jogou de costas pela janela do seu quarto, sentiu algo quebrar, mas a dor não foi ao seu encontro, estava entorpecida pela tristeza. Sentiu o gosto metálico do sangue em sua boca e sorriu.

 O mundo dele parou por um segundo e ele sentiu que algo não estava certo. Na visão dela ele apareceu sorrindo como costumava. Dos olhos dele as lágrimas voltaram a escorrer. Os olhos dela se fecharam para sempre com a imagem dele gravada em suas retinas. Na garganta dele um grito se formou por perceber que tudo estava perdido, era tarde demais.






~T.

14.6.13

Vazio





 O tempo passa sem que eu o sinta lá fora, o rastro da luz percorrendo a cerâmica corre sem que eu o note, apenas seu calor em minhas pegadas descalças me faz perceber que o sol fez seu caminho por ali... Estou sempre tão cansada, tem horas no dia que o sono me nocauteia de um jeito, que só percebo que me entreguei quando acordo com o corpo reclamando de frio.

  Minha vida tem se tornado vazia, às vezes até consigo achar algo que me preencha e passe pelo meu olhar holístico, mas o exterior tem esse incrível poder de abafar meus pequenos prazeres, cada vez mais me torno vazia e aquela crosta de gelo que cobria meu coração começa a se formar novamente. Devo ter esquecido alguma janela aberta...

  Ao menos vejo luz em mim novamente quando fecho meus olhos, porém o frio só tem aumentado, onde será que estou errando? Procuro me reencontrar e redescobrir, me focar naquilo que vale a pena e ignorar os alheios que me fazem mal, só que estou de saco cheio da vida. Eu olho para o tempo que se passou e sinto saudade, sinto vontade de voltar a me sentir como antes, mas a minha vontade é de socar a cara dessa vadia sorridente chamada vida que teima em escarnecer-me e provocar.

  Talvez isso que signifique crescer... Não acho que estou ficando rabugenta apenas esgotada. Ainda vejo tudo com um brilho diferente e especial, ainda tenho fé nas minhas crenças e esperanças no todo, só... Só não mais tenho paciência para muitas coisas, minha postura tibetana está se esvaindo e não dou mais a mínima para aqueles pequenos detalhes que antes me eram tão importantes.

  Apenas não queria que a pessoa que eu era e amava desaparecesse assim, como um sonho que lentamente some quando você abre os olhos.


~T.

22.4.13

Você aqui





Seu beijo ácido e quente me despertou. Seus olhos, janelas estreladas para o infinito, me prenderam em um turbilhão descompassado, fazendo meu coração dançar ao ritmo de tambores tribais. Seus dedos desenham espirais em minha pele, onde me perco.

Minha mente viaja entre linhas paralelas e o doce som da sua voz me faz estremecer. Já não distinguo a passagem do tempo quando estou longe de você, apenas teu toque tem o poder de me trazer de volta.

Ah teu toque... Uma mistura de sensações, que me faz ir do delírio à inconsciência tântrica em questão de segundos. Meu corpo para de me pertencer e minha cabeça gira, teu cheiro grudado em mim traz calor ao meu peito miúdo e minha pele muda de forma ao deslizar de suas mãos calejadas. Mãos que tem moldado minha vida.

Seu calor me dá vertigens, seu abraço é como um casulo, e nele me perco e demoro à me achar. Sua boca úmida percorre meu pescoço e meus braços correm à tua procura. Sinto que poesias, canções e débeis sussurros não são tão eficientes, as palavras se engasgam e não consigo me expressar bem, me desculpe, mas espero que os gestos lhe sejam suficientes.

Toda vez que te vejo, sinto a maré em mim subir e as ondas se agitarem, porém a calma que me proporciona não condiz com tal cenário. A confusão dentro da minha cabeça é tão grande que este texto está fora de nexo, mas quero que saiba que meu lugar é junto ao teu peito. O único lugar onde me sinto segura, o local onde pertenço.

 Aqui dentro já não está chovendo mais.



~T.

28.2.13

Assombração





Meu coração é escuro como as profundezas do oceano,
e minha alma está partida e fria.
Ninguém consegue me encontrar.
Sou invisível.

Minhas lágrimas penetram na pele
tingindo seus pensamentos com tristezas.
Afogando-o na salmoura do esquecimento
E enchendo seus pulmões de sal grosso.

A doçura lhe é tomada por meus tentáculos fantasmagóricos
e os acordes do órgão tocam a "Tocata e fuga em Ré menor" de Bach.
Categóricos.
Fazendo um arrepio subir por sua espinha congelada pelo medo.

Na soleira da torre alta se escondem olhos vermelhos
em prontidão
Escaravelhos, poeira e solidão.
Uma gargalhada anuncia a chegada do vento
e asas negras espantam a relva.
Minha maldição.

Tudo o que toco apodrece e vira cinzas,
do pó a embriaguez inalada,
do silêncio sua voz apunhalada.
Os corvos aguardam pacientes
enquanto seu espantalho sorri escarnecedoramente.
Sua boca entreaberta traz o agouro de palavras amargas sibiladas na escuridão.

Meu corpo é de névoa e de meus olhos escorrem pérolas
Pérolas contendo suas memórias mais sombrias,
aquelas que o reviram na cama de noite.

Meu coração é escuro como as profundezas do oceano,
e minha alma está partida e fria.
Ninguém consegue me tocar.
Sou invisível.


~T.

21.2.13

Início da Jornada



**Essa pequena oneshot é baseada no sonho da minha amiga Larissa, que se passa dentro do universo de Soul Calibur, game que passamos a madrugada jogando hahahahah. Espero que gostem :)**



Rizza caminhava pela floresta com passadas largas, o capuz preto cobrindo metade de seu rosto e o sol refletindo sombras em sua pele alva e os cabelos escuros escondidos. A medida que andava o vento fazia sua capa voar revelando suas vestes provocantes, longas botas de couro brancas e desenhos de arabescos dourados que iam à cima de seus joelhos, um colam decotado imitando as botas, com uma abertura revelando sua barriga, luvas que combinavam com o conjunto e uma reluzente espada amarrada a sua cintura. Estava caminhando à dias parando poucas vezes para comer e descansar, era perigoso ficar a céu aberto e à cada minuto perdido, mais longe ela ficava de encontrar a Soul Edge.

Ao entardecer do 126º dia de jornada, ela chegou à uma pequena aldeia ao sul da Bavária, aos pés dos Alpes. Resolveu passar a noite em uma estalagem escondida nos cantos remotos da tal aldeia, tivera a sensação de estar sendo seguida a semana inteira, e não queria dar muito na vista.

A ambientação da estalagem era simples, toda ela era construída em madeira e pedra, a porta principal dava para um corredor estreito que levava ao bar e a escada que dava acesso ao porão e aos quartos no andar de cima. No mais, era um ambiente bem humilde e o estalajadeiro parecia ser um homem taciturno e amargo, por tanto, sem mais delongas pediu um quarto e dirigiu-se para uma das mesas, onde logo uma jovem de face pálida e seios salientes veio trazer-lhe uma tigela de sopa de lentilhas, um pedaço de pão preto, queijo e uma caneca de cerveja espumante.

O cheiro de bolor do local irritava seu nariz, a época das chuvas estava chegando e a madeira das paredes já inchara com a umidade, tornando o lugar desagradável, mas ela aguentaria por uma noite, baixou a cabeça e pôs-se a comer quieta, quanto menos atenção chamasse, melhor. Um velho bêbado esbarrou nela e assim que viu que se tratava de uma mulher tentou se engraçar para o seu lado. Puxou o punhal que escondia na bota e apoiou a lâmina na barriga dele.

-Se tiver amor à vida é melhor nem pensar nisso. - O velho saiu cambaleando e ela terminou de comer em paz.

Seu quarto tão simples quanto o resto da estalagem, possuía apenas uma cama encaroçada, um baú, uma bacia para lavar o rosto e um pequeno espelho quebrado. Jogou sua mochila sobre o baú, alojou a espada em um dos cantos do quarto e deixou-se tragar pelo colchão desconfortável. Haviam manchas escuras no teto, seus olhos formaram desenhos com elas até sua mente ser tomada pelo mundo dos sonhos e lembranças.

Vislumbrou o início de tudo: o treinamento, as horas gastas, as dores no corpo, as bolhas e hematomas, as batalhas com outros guerreiros, a morte de seu mestre, a destruição de sua aldeia pela mão de Nightmare e o início de sua jornada para destruir a Soul Edge.

Seus olhos se abriram com ruído da madeira do soalho estalando, sua mão instintivamente procurou a adaga escondida sob o travesseiro e esperou o momento certo para pular de pé. Foi empurrada com força por alguém ou alguma coisa e caiu batendo as costas na parede atrás de si, levantou-se novamente e teve o deslumbre de uma sombra negra que avançava sobre ela novamente, chutou a criatura encapuzada na altura do estômago e tentou acertá-lo com o punhal, mas ele segurou seu braço e o torceu fazendo-a curvar-se até quase o chão, a criatura socou Rizza no rosto, e ela por sua vez, conseguiu puxar seu braço e derrubou-o com uma rasteira, novamente tentou acertá-lo com o punhal, mas a lâmina foi impedida. Para proteger suas partes vitais a criatura colocou o braço na frente, fazendo com que Rizza fincasse a arma nele. O sangue escorreu  farto da ferida, Rizza puxou a lâmina de volta, devolveu o soco no rosto e cravou o punhal no peito nele.

Tirou o capuz do seu agressor e percebeu que se tratava de um espectro com aparência humana. Teve a impressão de ter visto o vulto de outros humanoides pela janela, então rapidamente vestiu sua capa, juntou suas coisas e desceu a escada em disparada.
Estava prestes a atravessar a porta quando uma mão a deteve, gelou e virou-se esperando encontrar outra das criaturas, mas seu coração acalmou-se ao ver que se tratava do estalajadeiro.

-Onde pensa que vai sem pagar? - Bufou furioso.

-Ah! Perdoe-me, não tinha essa intenção...

-Se pensa que pode dar-me algum golpe minha jovem, está deveras enganada! - Fuzilou-a e Rizza achou melhor apenas pagar e não dizer mais nada.

Deu as costas e foi surpreendida por outro espectro na saída, as setas disparadas pela Besta atingiram a parede do pequeno corredor e quebraram um vaso com flores mortas. Rizza aproveitou um momento de guarda baixa e trespassou-o com sua espada, logo em seguida correu em disparada pelas ruelas olhando para todos os lados, o sol ainda não havia saído e por isso tinha alguma dificuldade de enxergar as sombras à sua volta.

Seu coração estava acelerado e pediu aos deuses que nenhum aldeão estivesse na rua. Deu de cara com uma rua bloqueada, praguejou e virou-se rapidamente desembainhando a espada. O primeiro humanoide  teve seu ataque impedido pela lâmina de Rizza, que brilhou com os reflexos da pouca claridade e do sangue fresco.

O segundo usava uma luva com garras e abriu um talho no abdômen dela, deu-lhe uma cotovelada no rosto e pulou girando sobre a cabeça dele, atravessou-o com a espada pelas costas, derrubou o terceiro acertando-o no peito, rodou na ponta dos pés e decepou a cabeça do quarto. Correu então em direção a praça principal da aldeia, de lá ela encontraria facilmente o caminho que levava ao outro lado de floresta.

As primeiras luzes do alvorecer já despontavam no céu quando alcançou a fonte no meio da praça, os comerciantes começavam a montar suas barracas, era dia de feira, e Rizza amaldiçoou-se por sua falta de sorte. Correu por entre as carroças e paus das estruturas das barracas e alcançou a floresta, a luta continuaria dentre as árvores. Mais setas passaram raspando e fincaram-se nos troncos, uma delas fez um risco vermelho na bochecha de Rizza, o sangue escorrendo e pingando em seu peito.

Um dos espectros pulou em sua frente e no desespero de tentar frear os pés, Rizza deslizou no tapete de folhas e caiu no chão, outro espectro pulou em cima dela e tentou acertá-la com uma adaga, mas ela desviou e acabou tendo o ombro atingido, urgiu de dor e rangeu os dentes, socou-o empurrando para o lado e se colocou de pé. Arrancou a adaga do ombro e a arremessou na testa de outra criatura que se aproximava depressa, começou um embate com as outras três restantes, deu um chute alto derrubando uma, girou se curvando para fugir do ataque da outra e defendeu com a espada a pancada que levaria da Besta, decepou o braço do humanoide que a segurava e deu uma coronhada no outro que se aproximava.

Os golpes que vieram a seguir acertaram em cheio e ela precisou de alguns segundos para conseguir evitar os próximos. Seu peito arfava e ela respirava com dificuldade, estava exausta, o suor escorria juntamente com o sangue e se tornava grudento, todos os sons a sua volta diminuíram, apenas sua respiração pesada e os movimentos de seus adversários preenchiam seus ouvidos.

"Ainda não é o fim" pensou determinada, soltou a respiração e desferiu seu próximo movimento.

Partiu um deles ao meio, agachou a tempo de evitar um golpe e cortou as pernas de outro espectro, levantou impedindo a espada do último com a sua, deu um tranco empurrando-o para trás e trespassou seu coração, então voltou para fincar a espada na cabeça do que havia perdido as pernas.

Rizza respirou fundo fechando os olhos quase que em sincronia e ergueu a cabeça sentindo os raios do sol lamberem seu rosto. Aquela batalha havia acabado, mas a jornada pela Soul Edge estava apenas começando.



~T. 

7.2.13

17 Maneiras FODAS do Mundo Acabar






Olá habitantes das trevas! Já que o mundo não vai acabar, andei pensando em algumas formas que seriam legais disso acontecer (já que não vai). Então ai vão algumas maneiras para vocês. Espero que gostem.


1ª - Meteoro Gigante:

Seria a forma perfeita de extinção, pois destruiria tudo que encontrasse pela frente e tornaria a atmosfera não habitável durante muuuuuuuuito tempo, por tanto não adiantaria se esconder, um dia a comida acaba e ao menos que você saiba como produzir alimento que sobrevive à gases tóxicos, é melhor começar a rezar.

2ª - Outra Era do Gelo:

O que posso dizer? Se aquele filme O Dia Depois de Amanhã estiver certo, então estamos ferrados. Mas a boa notícia é que nem todos morreríamos :D

3ª - Rebelião das Máquinas:

Todos imaginamos como seria se um dia os robôs e utensílios domésticos futuristas criassem consciência e tentassem dominar o mundo. Seria uma parada meio O Exterminador do Futuro, e nesse caso, teríamos que rezar para Jon Connor nos salvar, mas tem algo que não bate... Como diabos uma máquina, por mais "inteligente" que ela seja conseguiria desenvolver a habilidade de pensar? Não faz o menor sentido, por tanto, sem problemas quanto a sua torradeira ;)

4ª - O Terceiro Impacto (Neon Genesis Evangelion):

Fãs do anime ergam suas mãos, pois irão concordar comigo que essa seira uma maneira muuuuito foda de se morrer. E o melhor, vai que o Japão resolve de fato criar os EVAS? Eu me candidataria para ser piloto com certeza *-* adoro a idéia de pilotar um robô gigante combatendo Anjos espaciais. Quem nunca quis?

5ª - Invasão Alienigena:

Ok, por que uma forma superior de vida intergaláctica invadiria a Terra? Não conheço os motivos deles, talvez achem que não mereçamos o que temos e devam nos exterminar para que paremos de destruir o planeta. Talvez seu planeta tenha sido destruído e querem um novo. Talvez sejamos apetitosos. Ou só talvez eles queiram bancar os Romanos e estejam conquistando tudo (vai saber?). O que interessa é que estaríamos ferrados, não sabemos sobre a anatomia deles e muito menos temos poder de fogo que possa competir com o deles. Qual é? Eles vieram invadir, estão preparados não vai acabar a munição ou coisa assim. Por tanto eu quero fazer parte da 2nd Mass antes que me lasque xD

6ª - Apocalipse Zumbi:

Zumbis estão na moda, então ABSOLUTAMENTE TODO MUNDO quer sair estourando alguns miolos por ai, certo? O que seria mais legal do que atirar naquela vizinha chata ou pessoa que te magoou? Ou até mesmo no seu bullie que tornou sua vida um inferno! Você teria motivo para deixar duplamente morta muita gente por ai, mas a grande verdade é que a maioria das pessoas estaria nas fileiras zumbis e não acabando com eles, por tanto, não fique tão animado com a idéia...

7ª - Insetos Gigantes:

Partiremos agora para uma idéia meio filme clichê dos anos 80. Insetos que sofrem alguma espécie de mutação genética em laboratório e saem devorando todo mundo, e por serem insetos se reproduzem rápido e alastram toda a cidade. E ai?

8ª - Monstros:

Alguém ai se lembra do Sammael perseguidor da ressurreição de Hellboy? Fome insaciável por carne, bota milhares de ovos que logo eclodem, crescem em uma velocidade incrível, também comem bastante e botam mais ovos. Pois é, eu não gostaria de cruzar com um desses...

9ª - Mutantes Radioativos:

Seres infectados por lixo tóxico nunca são uma boa pedida... Preciso dizer mais alguma coisa? D:

10ª - Galactus, O Devorador de Mundos:

Quem é fã dos quadrinhos conhece essa entidade cósmica que ameaça não só destruir como devorar nosso planeta. Maneira horrível de se morrer...

11ª - Demônios Adormecidos:

Imaginem agora um mal antigo selado em alguma parte remota e liberto por algum humano estúpido, curioso e idiota. Algo com o qual não sabemos lidar e quer nos escravizar e tornar nosso mundo o seu reino, uma besta cruel que não sente nada. Pois é, cuidado com o que vocês abrem.

12ª - Bonecos Possuídos:

Certo, eu sei, eu sei. Com tantas coisas mais legais para serem possuídas por ai, por quê justo bonecos? Porque eles chamam menos atenção que um tanque, né gente? Por favor... O que seria mais inofensivo que um adorável bonequinho? Sim eu sei, essa idéia é meio Chuck o brinquedo assassino, mas aposto como esse pequeno FDP aterrorizou sua infância e te fez querer se livrar de todos os seus bonecos u.u

13ª - Exército do Além:

Um exército de almas penadas destruindo tudo e matando todo mundo? Massa! Motivo? Sei lá, alguém os está controlando com magia negra e quer construir um reino de caos? Conheço algumas pessoas que o fariam se pudessem :x

14ª - Guerra de Anjos vs Demônios:

Eu sei que o apocalipse bíblico é muito démodé, mas a idéia de uma batalha épica entre o céu o e inferno que nem nas HQs do Constantine, ou em Supernatural me encantam bastante!

15ª - Desligar o Computador da Matrix:

Se isso ocorresse, todos nós acordaríamos e o mundo que conhecemos estaria acabado, ou morreríamos junto do computador, então Neo nada de puxar a tomada u.u

16ª - Terra Sugada Pelo Sol:

Horrível de se imaginar, mas possível. Se o campo gravitacional do sol começar a nos puxar estaríamos ferrados. O planeta entraria em combustão antes mesmo de chegar perto e todos morreríamos queimados. Fim.

17ª - Terra Explodir:

Se por algum motivo o núcleo da Terra superaquecesse, as moléculas se agitariam realizando mais trabalho e o tendência seria expandir, por tanto bye bye Terra. Viraríamos pipoca (entenderam o trocadilho? O amido de milho se aquece, espande, rompe a semente e vira a pipoca).


Então é isso gente, podem comentar o que acharam, tirarem dúvidas, acrescentar alguma coisa ou dar mais idéias bacanas de como o mundo poderia terminar. Beijinhos do Submundo ;)




~T.

3.2.13

Esquecimento




Pérolas caíram de seus olhos, enquanto a maré trazia uma
 lufada de desespero ao seu peito.
A cálida lua cristalina derretida em canções de prata
Cegava as mentiras ciciadas pela noite,
enquanto o surdo baque de mil corpos
faziam um velho tremer em sua cama, insone.

Ninfas escarnecidas giravam em jardins de ossos
enquanto banshees, selkies e dríades traçavam
batalhas entre fogo e setas.
O som agudo de suas lâminas gritantes
era o suficiente para pulverizar ouvidos curiosos e desavisados,
que nas sombras faziam seu refúgio,
durante a carnificina e ideais apagados.

Segure minha mão e venha para o outro lado,
venda sua alma à mim e lhe mostrarei reinos e pesadelos
em troca de suas lembranças felizes.
Corte os laços vermelhos que te prendem
e deixe-os escorrerem para o esquecimento inebriante
da morte faminta.

Os dias passarão lentos enquanto em meus beijos,
encontrará o veneno para a queda.
Gracejos e risadas farão parte de seus sonhos
e a violação da carne, dos seus desejos.

Não ignore o sussurro da doce inconsciência,
torne-se amaro e conquiste o mundo,
ou devores as fadas e encontre a raiz do seu mito de grandiosidade.
Não resista ao doce toque das mãos macias e quente do
teu destino, abrace-o e esfaqueie suas costas,
pois, ele lhe faria o mesmo.

Fechou os olhos e chorou baixinho, enquanto anjos cantavam
a canção de prata da tal lua derretida.
E em seu baú de Davy Jones, encontrou a dor do pulsar de amor
e teve sua vingança quando sua mente se encheu de sonhos,
o doce enganar do João Pestana.
Como posso convencê-lo a não ficar?
Siga minha voz e tudo ficará bem, afinal, no esquecimento que mal tem?



~T.

29.1.13

Noites sem glória




Após um dia exaustivo na loja, ele bateu a porta do aparatamento atrás de si, jogou as chaves em cima da mesa, chutou seu Vans Classic Slip-on preto para um canto, atirou a camiseta branca que usava para outro e se jogou de qualquer jeito na cama desarrumada. Ficou daquele jeito por poucos segundos, olhou de soslaio para o baixo encostado e com um fadigoso gemido esticou o braço para alcança-lo. Fazia quanto tempo que não tocava? Ergueu uma sobrancelha como quem diz "quem sabe?" e começou a dedilhar seu instrumento e as notas preencheram o ambiente com um novo som. Por que mesmo ele havia desistido da música? Talvez porque o mundo era uma fábrica de assassinato de sonhos e o seu, como os de muitos outros, havia sido mais uma vítima disso. As músicas do Strokes e do Gorillaz eram suas favoritas nessas horas em que a arte, sua válvula de escape, o levava para mundos escuros regados a luzes coloridas, fumaça e uma multidão enlouquecida que gritava acompanhando as letras das canções. Um submundo exótico, sexy e extremamente atraente, mas também cruel com aqueles que baixavam a guarda. Acendeu um cigarro que ficou pendido entre seus lábios e continuou seu ritual ritmado onde os acordes daquele corpo inanimado, eram a única alegria daquele que os invocava. "Acho que hoje o Xbox vai ter que esperar" pensou enquanto viajava levado pelos sentimentos da música que de seu baixo despontavam.



~T.

3.1.13

Ch.



Caminhavas entre os homens
e mulheres da ponte
enquanto eu vagava num cemitério
em busca de flores secas.
Música, um evento de supernovas
e nebulosas místicas
acenderam nossos espantos como lamparinas vigilantes
e nossos lábios puderam
se tocar num amanhecer destituído de pompa.

Houve espasmos e flores, houve risos inocentes e cantoria
Mas também houve sangue e o terror iminente
quando nossas mãos se soltaram por um instante.
Meu corpo pediu asilo no ópio de pó de estrelas tristes
e a alma buscou sarcófagos para se esconder da madrugada,
ainda que por um instante.

Enfim abrimos os olhos como conchar fáceis
e na praia silente nos entregamos ao Oceano
e meu desejo se espalha sobre a Terra como um éter quente.

Na tua ausência
minhas mãos acariciam teus cabelos pretos
e banho teu corpo retesado por algum sonho selvagem.
Como uma canção que me toma o espírito ao acordar,
como um santo enlouquecido que profetizasse suas visões,
sou João Batista que canta no poço, pálido,
e que assim atormenta Salomé, a Louca de Vontade.

E caminhamos em meu delírio contando histórias
do Alvorecer da Humanidade,
tempo primordial em que éramos crianças tolas
E dançamos nus no meio do vento, e sua língua
derrama em minha boca frutas roxas, tenras, vivas
Flores que gritam de tesão e pássaros que pintam poemas na Lua.

Quero somente ser tua serva, e teu mestre
e de mãos dadas contra a chuva
vou te mostrar todas as ervas alucinógenas,
todas as canções de sereias velhas,
enquanto me tornarás de novo inocente,
criança imune ao vodu, às bruxas dos dias,
e me abrirás como uma concha diante do espaço sideral,
e beberás lentamente todo o gozo que houver.
Como numa guitarra tocarás meu corpo
e música sem regras harmônicas será libertada,
e ainda assim os anjos se emocionarão
diante de Éden reencontrado.

Seus olhos são de noite viva,
sua boca é de Verões da adolescência,
seu corpo e pintado,
e nos sinais desenhados, devaneio,
e adormeço com a alma acalentada
e os seios tensos de sonhos doidos
protagonizados por cupidos excitados.


~Cecil.