28.2.13

Assombração





Meu coração é escuro como as profundezas do oceano,
e minha alma está partida e fria.
Ninguém consegue me encontrar.
Sou invisível.

Minhas lágrimas penetram na pele
tingindo seus pensamentos com tristezas.
Afogando-o na salmoura do esquecimento
E enchendo seus pulmões de sal grosso.

A doçura lhe é tomada por meus tentáculos fantasmagóricos
e os acordes do órgão tocam a "Tocata e fuga em Ré menor" de Bach.
Categóricos.
Fazendo um arrepio subir por sua espinha congelada pelo medo.

Na soleira da torre alta se escondem olhos vermelhos
em prontidão
Escaravelhos, poeira e solidão.
Uma gargalhada anuncia a chegada do vento
e asas negras espantam a relva.
Minha maldição.

Tudo o que toco apodrece e vira cinzas,
do pó a embriaguez inalada,
do silêncio sua voz apunhalada.
Os corvos aguardam pacientes
enquanto seu espantalho sorri escarnecedoramente.
Sua boca entreaberta traz o agouro de palavras amargas sibiladas na escuridão.

Meu corpo é de névoa e de meus olhos escorrem pérolas
Pérolas contendo suas memórias mais sombrias,
aquelas que o reviram na cama de noite.

Meu coração é escuro como as profundezas do oceano,
e minha alma está partida e fria.
Ninguém consegue me tocar.
Sou invisível.


~T.

21.2.13

Início da Jornada



**Essa pequena oneshot é baseada no sonho da minha amiga Larissa, que se passa dentro do universo de Soul Calibur, game que passamos a madrugada jogando hahahahah. Espero que gostem :)**



Rizza caminhava pela floresta com passadas largas, o capuz preto cobrindo metade de seu rosto e o sol refletindo sombras em sua pele alva e os cabelos escuros escondidos. A medida que andava o vento fazia sua capa voar revelando suas vestes provocantes, longas botas de couro brancas e desenhos de arabescos dourados que iam à cima de seus joelhos, um colam decotado imitando as botas, com uma abertura revelando sua barriga, luvas que combinavam com o conjunto e uma reluzente espada amarrada a sua cintura. Estava caminhando à dias parando poucas vezes para comer e descansar, era perigoso ficar a céu aberto e à cada minuto perdido, mais longe ela ficava de encontrar a Soul Edge.

Ao entardecer do 126º dia de jornada, ela chegou à uma pequena aldeia ao sul da Bavária, aos pés dos Alpes. Resolveu passar a noite em uma estalagem escondida nos cantos remotos da tal aldeia, tivera a sensação de estar sendo seguida a semana inteira, e não queria dar muito na vista.

A ambientação da estalagem era simples, toda ela era construída em madeira e pedra, a porta principal dava para um corredor estreito que levava ao bar e a escada que dava acesso ao porão e aos quartos no andar de cima. No mais, era um ambiente bem humilde e o estalajadeiro parecia ser um homem taciturno e amargo, por tanto, sem mais delongas pediu um quarto e dirigiu-se para uma das mesas, onde logo uma jovem de face pálida e seios salientes veio trazer-lhe uma tigela de sopa de lentilhas, um pedaço de pão preto, queijo e uma caneca de cerveja espumante.

O cheiro de bolor do local irritava seu nariz, a época das chuvas estava chegando e a madeira das paredes já inchara com a umidade, tornando o lugar desagradável, mas ela aguentaria por uma noite, baixou a cabeça e pôs-se a comer quieta, quanto menos atenção chamasse, melhor. Um velho bêbado esbarrou nela e assim que viu que se tratava de uma mulher tentou se engraçar para o seu lado. Puxou o punhal que escondia na bota e apoiou a lâmina na barriga dele.

-Se tiver amor à vida é melhor nem pensar nisso. - O velho saiu cambaleando e ela terminou de comer em paz.

Seu quarto tão simples quanto o resto da estalagem, possuía apenas uma cama encaroçada, um baú, uma bacia para lavar o rosto e um pequeno espelho quebrado. Jogou sua mochila sobre o baú, alojou a espada em um dos cantos do quarto e deixou-se tragar pelo colchão desconfortável. Haviam manchas escuras no teto, seus olhos formaram desenhos com elas até sua mente ser tomada pelo mundo dos sonhos e lembranças.

Vislumbrou o início de tudo: o treinamento, as horas gastas, as dores no corpo, as bolhas e hematomas, as batalhas com outros guerreiros, a morte de seu mestre, a destruição de sua aldeia pela mão de Nightmare e o início de sua jornada para destruir a Soul Edge.

Seus olhos se abriram com ruído da madeira do soalho estalando, sua mão instintivamente procurou a adaga escondida sob o travesseiro e esperou o momento certo para pular de pé. Foi empurrada com força por alguém ou alguma coisa e caiu batendo as costas na parede atrás de si, levantou-se novamente e teve o deslumbre de uma sombra negra que avançava sobre ela novamente, chutou a criatura encapuzada na altura do estômago e tentou acertá-lo com o punhal, mas ele segurou seu braço e o torceu fazendo-a curvar-se até quase o chão, a criatura socou Rizza no rosto, e ela por sua vez, conseguiu puxar seu braço e derrubou-o com uma rasteira, novamente tentou acertá-lo com o punhal, mas a lâmina foi impedida. Para proteger suas partes vitais a criatura colocou o braço na frente, fazendo com que Rizza fincasse a arma nele. O sangue escorreu  farto da ferida, Rizza puxou a lâmina de volta, devolveu o soco no rosto e cravou o punhal no peito nele.

Tirou o capuz do seu agressor e percebeu que se tratava de um espectro com aparência humana. Teve a impressão de ter visto o vulto de outros humanoides pela janela, então rapidamente vestiu sua capa, juntou suas coisas e desceu a escada em disparada.
Estava prestes a atravessar a porta quando uma mão a deteve, gelou e virou-se esperando encontrar outra das criaturas, mas seu coração acalmou-se ao ver que se tratava do estalajadeiro.

-Onde pensa que vai sem pagar? - Bufou furioso.

-Ah! Perdoe-me, não tinha essa intenção...

-Se pensa que pode dar-me algum golpe minha jovem, está deveras enganada! - Fuzilou-a e Rizza achou melhor apenas pagar e não dizer mais nada.

Deu as costas e foi surpreendida por outro espectro na saída, as setas disparadas pela Besta atingiram a parede do pequeno corredor e quebraram um vaso com flores mortas. Rizza aproveitou um momento de guarda baixa e trespassou-o com sua espada, logo em seguida correu em disparada pelas ruelas olhando para todos os lados, o sol ainda não havia saído e por isso tinha alguma dificuldade de enxergar as sombras à sua volta.

Seu coração estava acelerado e pediu aos deuses que nenhum aldeão estivesse na rua. Deu de cara com uma rua bloqueada, praguejou e virou-se rapidamente desembainhando a espada. O primeiro humanoide  teve seu ataque impedido pela lâmina de Rizza, que brilhou com os reflexos da pouca claridade e do sangue fresco.

O segundo usava uma luva com garras e abriu um talho no abdômen dela, deu-lhe uma cotovelada no rosto e pulou girando sobre a cabeça dele, atravessou-o com a espada pelas costas, derrubou o terceiro acertando-o no peito, rodou na ponta dos pés e decepou a cabeça do quarto. Correu então em direção a praça principal da aldeia, de lá ela encontraria facilmente o caminho que levava ao outro lado de floresta.

As primeiras luzes do alvorecer já despontavam no céu quando alcançou a fonte no meio da praça, os comerciantes começavam a montar suas barracas, era dia de feira, e Rizza amaldiçoou-se por sua falta de sorte. Correu por entre as carroças e paus das estruturas das barracas e alcançou a floresta, a luta continuaria dentre as árvores. Mais setas passaram raspando e fincaram-se nos troncos, uma delas fez um risco vermelho na bochecha de Rizza, o sangue escorrendo e pingando em seu peito.

Um dos espectros pulou em sua frente e no desespero de tentar frear os pés, Rizza deslizou no tapete de folhas e caiu no chão, outro espectro pulou em cima dela e tentou acertá-la com uma adaga, mas ela desviou e acabou tendo o ombro atingido, urgiu de dor e rangeu os dentes, socou-o empurrando para o lado e se colocou de pé. Arrancou a adaga do ombro e a arremessou na testa de outra criatura que se aproximava depressa, começou um embate com as outras três restantes, deu um chute alto derrubando uma, girou se curvando para fugir do ataque da outra e defendeu com a espada a pancada que levaria da Besta, decepou o braço do humanoide que a segurava e deu uma coronhada no outro que se aproximava.

Os golpes que vieram a seguir acertaram em cheio e ela precisou de alguns segundos para conseguir evitar os próximos. Seu peito arfava e ela respirava com dificuldade, estava exausta, o suor escorria juntamente com o sangue e se tornava grudento, todos os sons a sua volta diminuíram, apenas sua respiração pesada e os movimentos de seus adversários preenchiam seus ouvidos.

"Ainda não é o fim" pensou determinada, soltou a respiração e desferiu seu próximo movimento.

Partiu um deles ao meio, agachou a tempo de evitar um golpe e cortou as pernas de outro espectro, levantou impedindo a espada do último com a sua, deu um tranco empurrando-o para trás e trespassou seu coração, então voltou para fincar a espada na cabeça do que havia perdido as pernas.

Rizza respirou fundo fechando os olhos quase que em sincronia e ergueu a cabeça sentindo os raios do sol lamberem seu rosto. Aquela batalha havia acabado, mas a jornada pela Soul Edge estava apenas começando.



~T. 

7.2.13

17 Maneiras FODAS do Mundo Acabar






Olá habitantes das trevas! Já que o mundo não vai acabar, andei pensando em algumas formas que seriam legais disso acontecer (já que não vai). Então ai vão algumas maneiras para vocês. Espero que gostem.


1ª - Meteoro Gigante:

Seria a forma perfeita de extinção, pois destruiria tudo que encontrasse pela frente e tornaria a atmosfera não habitável durante muuuuuuuuito tempo, por tanto não adiantaria se esconder, um dia a comida acaba e ao menos que você saiba como produzir alimento que sobrevive à gases tóxicos, é melhor começar a rezar.

2ª - Outra Era do Gelo:

O que posso dizer? Se aquele filme O Dia Depois de Amanhã estiver certo, então estamos ferrados. Mas a boa notícia é que nem todos morreríamos :D

3ª - Rebelião das Máquinas:

Todos imaginamos como seria se um dia os robôs e utensílios domésticos futuristas criassem consciência e tentassem dominar o mundo. Seria uma parada meio O Exterminador do Futuro, e nesse caso, teríamos que rezar para Jon Connor nos salvar, mas tem algo que não bate... Como diabos uma máquina, por mais "inteligente" que ela seja conseguiria desenvolver a habilidade de pensar? Não faz o menor sentido, por tanto, sem problemas quanto a sua torradeira ;)

4ª - O Terceiro Impacto (Neon Genesis Evangelion):

Fãs do anime ergam suas mãos, pois irão concordar comigo que essa seira uma maneira muuuuito foda de se morrer. E o melhor, vai que o Japão resolve de fato criar os EVAS? Eu me candidataria para ser piloto com certeza *-* adoro a idéia de pilotar um robô gigante combatendo Anjos espaciais. Quem nunca quis?

5ª - Invasão Alienigena:

Ok, por que uma forma superior de vida intergaláctica invadiria a Terra? Não conheço os motivos deles, talvez achem que não mereçamos o que temos e devam nos exterminar para que paremos de destruir o planeta. Talvez seu planeta tenha sido destruído e querem um novo. Talvez sejamos apetitosos. Ou só talvez eles queiram bancar os Romanos e estejam conquistando tudo (vai saber?). O que interessa é que estaríamos ferrados, não sabemos sobre a anatomia deles e muito menos temos poder de fogo que possa competir com o deles. Qual é? Eles vieram invadir, estão preparados não vai acabar a munição ou coisa assim. Por tanto eu quero fazer parte da 2nd Mass antes que me lasque xD

6ª - Apocalipse Zumbi:

Zumbis estão na moda, então ABSOLUTAMENTE TODO MUNDO quer sair estourando alguns miolos por ai, certo? O que seria mais legal do que atirar naquela vizinha chata ou pessoa que te magoou? Ou até mesmo no seu bullie que tornou sua vida um inferno! Você teria motivo para deixar duplamente morta muita gente por ai, mas a grande verdade é que a maioria das pessoas estaria nas fileiras zumbis e não acabando com eles, por tanto, não fique tão animado com a idéia...

7ª - Insetos Gigantes:

Partiremos agora para uma idéia meio filme clichê dos anos 80. Insetos que sofrem alguma espécie de mutação genética em laboratório e saem devorando todo mundo, e por serem insetos se reproduzem rápido e alastram toda a cidade. E ai?

8ª - Monstros:

Alguém ai se lembra do Sammael perseguidor da ressurreição de Hellboy? Fome insaciável por carne, bota milhares de ovos que logo eclodem, crescem em uma velocidade incrível, também comem bastante e botam mais ovos. Pois é, eu não gostaria de cruzar com um desses...

9ª - Mutantes Radioativos:

Seres infectados por lixo tóxico nunca são uma boa pedida... Preciso dizer mais alguma coisa? D:

10ª - Galactus, O Devorador de Mundos:

Quem é fã dos quadrinhos conhece essa entidade cósmica que ameaça não só destruir como devorar nosso planeta. Maneira horrível de se morrer...

11ª - Demônios Adormecidos:

Imaginem agora um mal antigo selado em alguma parte remota e liberto por algum humano estúpido, curioso e idiota. Algo com o qual não sabemos lidar e quer nos escravizar e tornar nosso mundo o seu reino, uma besta cruel que não sente nada. Pois é, cuidado com o que vocês abrem.

12ª - Bonecos Possuídos:

Certo, eu sei, eu sei. Com tantas coisas mais legais para serem possuídas por ai, por quê justo bonecos? Porque eles chamam menos atenção que um tanque, né gente? Por favor... O que seria mais inofensivo que um adorável bonequinho? Sim eu sei, essa idéia é meio Chuck o brinquedo assassino, mas aposto como esse pequeno FDP aterrorizou sua infância e te fez querer se livrar de todos os seus bonecos u.u

13ª - Exército do Além:

Um exército de almas penadas destruindo tudo e matando todo mundo? Massa! Motivo? Sei lá, alguém os está controlando com magia negra e quer construir um reino de caos? Conheço algumas pessoas que o fariam se pudessem :x

14ª - Guerra de Anjos vs Demônios:

Eu sei que o apocalipse bíblico é muito démodé, mas a idéia de uma batalha épica entre o céu o e inferno que nem nas HQs do Constantine, ou em Supernatural me encantam bastante!

15ª - Desligar o Computador da Matrix:

Se isso ocorresse, todos nós acordaríamos e o mundo que conhecemos estaria acabado, ou morreríamos junto do computador, então Neo nada de puxar a tomada u.u

16ª - Terra Sugada Pelo Sol:

Horrível de se imaginar, mas possível. Se o campo gravitacional do sol começar a nos puxar estaríamos ferrados. O planeta entraria em combustão antes mesmo de chegar perto e todos morreríamos queimados. Fim.

17ª - Terra Explodir:

Se por algum motivo o núcleo da Terra superaquecesse, as moléculas se agitariam realizando mais trabalho e o tendência seria expandir, por tanto bye bye Terra. Viraríamos pipoca (entenderam o trocadilho? O amido de milho se aquece, espande, rompe a semente e vira a pipoca).


Então é isso gente, podem comentar o que acharam, tirarem dúvidas, acrescentar alguma coisa ou dar mais idéias bacanas de como o mundo poderia terminar. Beijinhos do Submundo ;)




~T.

3.2.13

Esquecimento




Pérolas caíram de seus olhos, enquanto a maré trazia uma
 lufada de desespero ao seu peito.
A cálida lua cristalina derretida em canções de prata
Cegava as mentiras ciciadas pela noite,
enquanto o surdo baque de mil corpos
faziam um velho tremer em sua cama, insone.

Ninfas escarnecidas giravam em jardins de ossos
enquanto banshees, selkies e dríades traçavam
batalhas entre fogo e setas.
O som agudo de suas lâminas gritantes
era o suficiente para pulverizar ouvidos curiosos e desavisados,
que nas sombras faziam seu refúgio,
durante a carnificina e ideais apagados.

Segure minha mão e venha para o outro lado,
venda sua alma à mim e lhe mostrarei reinos e pesadelos
em troca de suas lembranças felizes.
Corte os laços vermelhos que te prendem
e deixe-os escorrerem para o esquecimento inebriante
da morte faminta.

Os dias passarão lentos enquanto em meus beijos,
encontrará o veneno para a queda.
Gracejos e risadas farão parte de seus sonhos
e a violação da carne, dos seus desejos.

Não ignore o sussurro da doce inconsciência,
torne-se amaro e conquiste o mundo,
ou devores as fadas e encontre a raiz do seu mito de grandiosidade.
Não resista ao doce toque das mãos macias e quente do
teu destino, abrace-o e esfaqueie suas costas,
pois, ele lhe faria o mesmo.

Fechou os olhos e chorou baixinho, enquanto anjos cantavam
a canção de prata da tal lua derretida.
E em seu baú de Davy Jones, encontrou a dor do pulsar de amor
e teve sua vingança quando sua mente se encheu de sonhos,
o doce enganar do João Pestana.
Como posso convencê-lo a não ficar?
Siga minha voz e tudo ficará bem, afinal, no esquecimento que mal tem?



~T.