20.4.12

Reino de Sonhos



Contas de esperança em um colar de pérolas negras.
Abstração do foco ilícito do sorriso noviço lunar.
Mágoas passadas que correm no rio das ilusões e brumas de desencanto inóspito.
Onde está minha bela canção de cristal rubro?
Onde foi parar a inocência inexistente?
Como não percebemos que as areias da ampulheta do tempo não passam de purpurina enganosa escarnecendo aqueles que creem na cura futura de seus cortes no miocárdio?
Por que não posso fechar meus olhos e me perder em meu sono eterno regado a pesadelos desconexos e caixas desbravadas?
Venha e leve-me ao meu jardim de ossos.
Venha e dilacere a carne de meus soldados de sombras.
Parta e feche a porta, pois os diabretes gostam que puxar-me os cabelos e roubar minha dispensa.
Esqueça e quebre alguns galhos para ocultar a entrada, pois o reino de sonhos ao avesso não permite fugitivos.
Deixe-me só!



~T.

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