30.9.10

Nightmare


Me perdi por um momento, um momento e não pude mais voltar...
E a escuridão que me atraía eram as marcas de minhas lembranças sujas.
Um mar de fogo, tingido pelo sangue que escorria de minhas feridas;
Aprisionei minha alma abandonada, abri portas para meu próprio inferno.
No silêncio, ouvi gritos de agonia. Eram meus.
Senti correr em minhas veias, o sangue de uma assassina.
Acordei do sonho inútil, deixei de ser um humano imundo
Vi que esse, não era mais meu mundo...


~lídı๋αlee [#]

28.9.10

Emily the Strange

Olá amantes do submundo!

Tenho uma notícia quentinha e suja de terra vinda do mundo subtérreo...
A mini triz Chloe Moretz (que atuou como Hit Girl em Kick-ass) estrelará nossa querida e amada Emily the Strange em um filme! *---*
A Dark Horse que detinha os direitos da série em quadrinhos vendeu-os para Universal Pictures.

Agora teremos um filme sobre a nossa amada garota dos cabelos pretos, 13 anos de idade e sua comitiva de gatos presto e seu gosto pelo peculiar.

Espero que eles não estraguem a história assim como todos aqueles outros diretores desgraçados fazem com tudo quanto é material bom *-*'


Beijinhos

~T

23.9.10

Limite entre a loucura


Sopros e sussurros ouço através de minha janela. Vozes, vultos, lamentos e invisíveis lágrimas. Eles choram ao meu ouvido tentando meu sono tirar, eles choram ao meu ouvido tentando meus sonhos roubar. Agnáticas cabeças, agônicas mortes me perturbam, rasgando minha sanidade. Deturpam. Furo meus olhos tentando não olhar, aperto as orelhas para não escutar. O ardor e a agonia me fazem não mais sentir, deixando apenas um vazio pavoroso e ecoante em minha manchada urna pulsante. Quisera eu não mais aturar. Quisera eu não mais surtar. Quisera eu não mais essas vozes escutar...

9.9.10

Broken Pieces


Talvez seja tarde demais para qualquer coisa, pois já me parti em pequenos pedaços de diamante negro. Esta não é a resposta, eu sei, mas estou perdendo isso, estou perdendo você. Já fizemos nossas escolhas na escuridão e as cicatrizes são a prova de nossos diferentes caminhos.

Não pertenço ao seu mundo, nem você ao meu.

Ambos vivemos nas sombras, mas em trevas diferentes. Apenas nossos corações feridos estão juntos, onde posso lhe observar. É tarde de mais, não tem como parar o processo, você esmurra o vidro por não poder tocar minha pele, eu grito e derramo ácidas lágrimas por não ter o seu calor, apenas o frio que traz a solidão de minha voz ecoando no vazio.

O sangue manchando o assoalho não é apenas seu; deixe-o ir. Não tem mais importância, perdi um pedaço de mim (você), é tarde de mais. Nossos sussurros solitários também se perderam e suas asas negras estão reclusas. Na escuridão apenas o que quero me aproximar e sentir sua respiração quente lembrando-me que não estou sozinha. Pode ainda haver tempo para reparação? A canção sepulcral tem se tornado cada vez mais alta, terá a hora chegado então? Já ouço o arrastar do manto dos mensageiros da morte, poderá haver beleza longe de ti e da segurança de seus braços?

O tinir das correntes e grilhões fere meus ouvidos com seu agudo aviso; por um momento penso sentir sua mão na minha.
Tudo parece escurecer agora, ficar mais longe e os sentidos se perderem me sinto fora de mim. Meu corpo também já não me pertence e a única coisa que meus orbes vazios conseguem enxergar são seus traços perderem a forma com a distância.

Sim, é tarde de mais...


~T.

6.9.10

O Chamado


Eu fiz de novo... Fui cometida pelo desejo de sangue e quase matei, o chamado é forte, as vozes em minha cabeça são insistente, o sussurro clamando pelo homicídio é incontrolável! Por mais que tente me conter, por mais que eu finja não ouvir, que finja ser o que não sou que tente desesperadamente parecer inofensivel para não ficar só com meus pensamentos enganosos que tentam me corromper, eu não consigo! É da minha natureza, está escrito na minha mão, predestinado pelos deuses, desenhado nas estrelas, manchando o meu sangue. A morte me deseja, mas não para ela e sim para seus fins doentios. Os outros podem ter interpretado aquela cena ridícula como uma mera brincadeira, mas na realidade tive que atacar-me internamente para que não cometesse nenhuma atrocidade. Minha luta contra o que realmente sou não para, não dá trégua, não tem descanso. Jurei nunca mais erguer uma espada, mas a ira até então adormecida conseguiu escapar e vem me domando violentamente. Preciso gritar até que minhas cordas vocais se rasguem e tenho que me controlar para não cometer nenhum atentado contra mim mesma. O desejo de violar a carne, destroçar a sanidade, torturar meus princípios e entregar-me ao saciar da sede, de ter o sangue de alguém nas mãos é extremamente tentador. Meus companheiros invisíveis insinuam e citam pequenos e prazerosos delitos com seus frios lábios pressionando a pele de meu pescoço em uma dança escarnecedoramente sedutora, onde meu ser deseja sentir o metálico torpor do líquido rubro e despejá-lo em meu corpo até que sua viscosidade acalme minha loucura e eu possa me recolher nas trevas da minha alma, até que a fera dentro de mim tenha sede novamente.


-Fiquei inspirada lendo "As Guerras do Mundo Emerso" no inícil do ano e escrevi isso ai. Sei que ficou horrível, mas como estou sem ideias para posts...


~T.

4.9.10

O Corvo

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,E já quase adormecia, ouvi o que pareciaO som de algúem que batia levemente a meus umbrais."Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dadaP'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxoMe incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.

Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais."Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amarguraCom o solene decoro de seus ares rituais."Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.Mas deve ser concedido que ninguém terá havidoQue uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamentoPerdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortaisTodos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandonoSeguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneiraQue qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendoÀ ave que na minha alma cravava os olhos fatais,Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinandoNo veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incensoQue anjos dessem, cujos leves passos soam musicais."Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-teO esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atraisSe há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vidaVerá essa hoje perdida entre hostes celestiais,Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está aindaNo alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!


~Edgar Allan Poe

2.9.10

O sofrer


Pragmático sentimento corrosivo e evasivo, que teima em escorrer por entre meus dedos quando tento arrancá-lo a força de meu sistema. Não passa de uma negra mancha com vontade própria, furtiva e covarde, dilaceradora de sanidades, vírus mortal e aterrador... Seráfico finge ser, quando nada mais importa, nada mais adianta e teu fúnebre timbre transmite-se em canções. Sempre atormenta-me a mente causando visões de um mundo que não é este, o qual eu verdadeiramente pertenço e tento inutilmente fugir. Podes por favor, acabar logo com minha tormenta e dar-me aquilo que mais desejo? Aquilo que tenho como mais precioso e anseio com cada fibra ferida de meu corpo. O doce beijo dos frios e venenosos lábios da morte...


"Este texto escrevi no dia 27 de Outubro do ano passado... É um dos que mais gosto"


~T.