6.9.10

O Chamado


Eu fiz de novo... Fui cometida pelo desejo de sangue e quase matei, o chamado é forte, as vozes em minha cabeça são insistente, o sussurro clamando pelo homicídio é incontrolável! Por mais que tente me conter, por mais que eu finja não ouvir, que finja ser o que não sou que tente desesperadamente parecer inofensivel para não ficar só com meus pensamentos enganosos que tentam me corromper, eu não consigo! É da minha natureza, está escrito na minha mão, predestinado pelos deuses, desenhado nas estrelas, manchando o meu sangue. A morte me deseja, mas não para ela e sim para seus fins doentios. Os outros podem ter interpretado aquela cena ridícula como uma mera brincadeira, mas na realidade tive que atacar-me internamente para que não cometesse nenhuma atrocidade. Minha luta contra o que realmente sou não para, não dá trégua, não tem descanso. Jurei nunca mais erguer uma espada, mas a ira até então adormecida conseguiu escapar e vem me domando violentamente. Preciso gritar até que minhas cordas vocais se rasguem e tenho que me controlar para não cometer nenhum atentado contra mim mesma. O desejo de violar a carne, destroçar a sanidade, torturar meus princípios e entregar-me ao saciar da sede, de ter o sangue de alguém nas mãos é extremamente tentador. Meus companheiros invisíveis insinuam e citam pequenos e prazerosos delitos com seus frios lábios pressionando a pele de meu pescoço em uma dança escarnecedoramente sedutora, onde meu ser deseja sentir o metálico torpor do líquido rubro e despejá-lo em meu corpo até que sua viscosidade acalme minha loucura e eu possa me recolher nas trevas da minha alma, até que a fera dentro de mim tenha sede novamente.


-Fiquei inspirada lendo "As Guerras do Mundo Emerso" no inícil do ano e escrevi isso ai. Sei que ficou horrível, mas como estou sem ideias para posts...


~T.

2 comentários:

  1. Não ficou horrível, coisinha. Eu gostei bastante. Típica pseudo-inofensiva!

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